Este livro ,apesar de ser muito pequeno,revela-se uma óptima obra ,ou não estivéssemos a falar de Eça de Queiroz...
Uma história simples (há quem diga que foi um prelúdio para outra obra mais extensa)que foi escrita,penso que em 1878, mas só foi publicada após a morte de Eça em 1925.
Uma inerente critica social onde o que prevalece são os bons costumes e as aparências na sociedade burguesa.Uma excelente caracterização psicológica do personagem principal,Godofredo Alves.Este personagem é a imagem da prudência nos negócios e da comodidade adquirida onde o mais importante é a empresa que,haja o que houver,tem que prosperar.
Pelo contrário o seu sócio;Machado é um homem jovem,com boa aparência,mulherengo que tem bastante energia,boas ideias comerciais e iniciativa,ou seja,enquanto o primeiro prima pela prudência e segurança,o segundo tem a mais valia de ter espírito de iniciativa e gosto pelo risco.
Acontece que no dia do aniversário de casamento,Godofredo resolve fazer uma surpresa à mulher e vai para casa mais cedo,encontrando a sua esposa,Ludovina,carinhosamente apelidada de Lulu nos braços de Machado.
A fúria do marido leva-o a enviar a mulher para a casa do pai,dando-lhe contudo uma bom pensão por mês e a propor um duelo a Machado.Com o tempo ,a pressão social e principalmente dos negócios o rancor vai passando dando lugar a várias reconciliações.Godofredo obedece assim ao instinto da conservação social,aceitando os ditos da sua classe.
Uma escrita simples,interessante e mordaz que,mais uma vez, nos fala dos costumes da média e alta sociedade do séc XIX.
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