Começo por confessar que comecei a ler este livro já à um ano ,mas achei-o um pouco complexo,e deixei-o para outra altura.Esse timing chegou à + 3 meses ,altura em que o resolvi ler sem interregno.Uma história (uma espécie de ajuste de contas) contada por Matilde Verdú, uma das suas mais originais e poderosas personagens.
A personagem narra,como ela próprio designa,"o desenrolar de um desmoronamento",a vida de uma família que com o decorrer do tempo vai caindo em desgraça.
A escrita é complexa e por vezes confusa,para descrever o personagem, pelo meio acrescenta-se mais uns quantos participantes e as histórias vão-se cruzando e confundindo de tal forma ,que no início,por vezes tive de reler para descobrir afinal de quem é que estávamos a falar...
O espanhol Camilo José Cela , ganhou o prémio Nobel de literatura em 1989,gosta de chocar as pessoas (isso nota-se na gíria que utiliza) e também satiriza bastante a sociedade numa escrita repleta de metáforas e alegorias;esta sua estética original, estilo de escrever ficou conhecido como "tremendismo".
"A cruz de santo André" é o segundo livro de uma trilogia que começou com "Mazurca para Dois Mortos" e finalizou com "Madeira de buxo".Em 2001(um ano antes da morte de Cela) foi investigado devido à acusação de plágio,mas os tribunais rejeitaram a acusação.
Dizem que Cela tem a particularidade de inovar sempre as suas obras diversificando as mesmas,como só conheço este livro não tenho termo de comparação, relativamente a este,achei-o um pouco complexo,denso, mas apesar disso aconselho a sua leitura porque a crítica à sociedade é bastante mordaz, está bem patente nas entrelinhas e a escrita é muito rica.
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