
Manuela (Cecilia Roth) vive com o filho Esteban (Eloy Azorin), um rapaz com um grande desejo de conhecer o seu pai(que acredita não ter morrido,como lhe disse a mãe) e que tem uma paixão pela escrita o que o faz escrever num diário todas as suas emoções,dúvidas,desejos (pois é para isso que serve o mesmo :-D).
No aniversário de Esteban vão os dois assistir à celebre peça de teatro "Um Eléctrico Chamado Desejo", uma obra com grande significado na vida de Manuela,já que o seu passado está intrinsecamente presente nela,como apreendemos mais tarde.
No final da peça ,e com uma extrema vontade de obter um autógrafo da actriz preferida de Esteban,os dois esperam à saída do teatro mas ,infelizmente a actriz não faz caso dos desejos do jovem e não cede à sua vontade;persistente o jovem persegue o carro mas é atropelado mortalmente.
Manuela fica inconsolável e resolve enfrentar o seu passado de forma a solucionar o seu futuro.Ficamos a conhecer o mundo passado da personagem,cheio de identidades confusas,de histórias cruzadas,de personagens que tanto têm de maléfico como de benévolo.
Um rol de caracterizações tudo menos convencionais;um pai transsexual, que gostava de se pavonear nas praias em biquíni mas o seu lado ainda machão impedia a mulher de fazer o mesmo,a freira grávida,travestis filosóficos, lésbicas toxicodependentes ...
Um filme bastante forte onde a extravagância e esuberãncia perduram.
Não é um filme cómico,muito pelo contrário,embora os diálogos por vezes sejam hilariantes ,mas onde também encontramos o peso da história com bastante sentimento.
Como já se tornou habitual nas obras de Almodovar as personagens femininas têm um papel crucial e,cada uma ,é examinada "à lupa" de forma a encontrarmos tanto as características positivas como negativas e as consigamos aceitar tal como são,com os seus defeitos e virtudes.
Um filme que coaduna a vida real com uma peça de teatro já que em praticamente todo o filme ,as duas se intercalam e mostram alguns semelhanças.A qualidade da fotografia é excelente assim como os actores.O filme mostra os problemas da identidade não só no plano sexual mas também através das relações maternais. De certa forma o filme é um estudo sobre mulheres,já que tenta induzir o espectador à compreensão da transgressão dos tão denominados estereótipos em que se enquadra a mulher reprodutora.
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