terça-feira, 13 de abril de 2010

Trópico de capricórnio


Escritor polémico, apaixonante e louco. São alguns dos adjectivos que caracterizam este personagem admirado por uns e odiado por outros.
Primeiro livro que li deste escritor e, o que ao principio me chocou, cativou-me passadas algumas páginas.
Uma escrita crua e forte cujo conteúdo pornográfico fez estes livros serem proibidos na América durante 30 anos.
Um escritor que provocou bastante escândalo e que costumava dizer que vivemos numa bancarrota espiritual; que o homem se afastara de sua dimensão profunda, e só a libertação da carne poderia conduzir-lhe de volta ao convívio com a própria alma. As prostitutas, por rifarem o seu corpo com tal desprendimento, seriam as mais puras porque nada mais lhes restava que não a dimensão espiritual.Também brincava dizendo que tinha três tipos de leitores: os que gostam da filosofia e reclamam das longas cenas de sexo, os que gostam das longas cenas de sexo e reclamam dos longos monólogos filósofos e, finalmente, os que entendem que é tudo uma coisa só, matéria da vida, em estado bruto, sexo e liberdade...
Penso que me integro na terceira categoria.
Miller era um pensador que gostava de viver a vida e de chamar as coisas pelos seus nomes, e é isso que escreve na sua obra biográfica "Trópico de capricórnio".
Uma panóplia de experiências e divagações que cativam o leitor pela sua rudeza e veracidade.
Aconselho, mas não a fracos de espírito.

****

Sem comentários: